Está ai uma pergunta que me intriga. Creio que intriga muita gente. Principalmente, quanto se trabalha com uma margem de erro de 4%. Até ontem eu não entendia como funcionava esse negócio de margem de erro. O candidato a prefeito pelo PSC, Eloy Gonçalves, que eu entrevistei no Opinião Cidade (TV da Cidade/Canal 16, de São José do Rio Preto) esclareceu minhas dúvidas. Segundo ele, quanto maior o número de pessoas pesquisadas menor é a margem de erro.
Ora, numa cidade como São José do Rio Preto, com cerca de 420 mil habitantes e 280 mil eleitores, para se ter uma pesquisa com uma margem de erro abaixo de 2% os institutos teriam que entrevistar acima de 1.000 eleitores. Com 4%, bastam uns 500...
É aí que reside o perigo e que os institutos nadam de braçada. Uma margem de erro de 4% na verdade, no frigir dos ovos (ou dos votos!) é de 8%. Pois, são 4% para cima e 4% para baixo. No universo eleitoral rio-pretense isso significa em média 22 mil votos. É muito voto! É muita margem de erro. É um perigo para todos, até para quem surge na liderança.
Aliás, essa margem de erro é de uma irresponsabilidade sem tamanho. Os institutos se escondem atrás da margem de erro para poderem errar. E erram sempre. Todavia, parece que a Justiça Eleitoral é cega, não enxerga essa discrepância que prejudica uns e favorece outros. Favorece quem aparece nos primeiros lugares e afunda quem está nos últimos. Ou, às vezes, ferra todos, porque os dados são irreais, sustentados numa enorme ponte de erro.
A mais intrigante de todas as perguntas surge quando o candidato aparece com 1% nas intenções de voto. Na verdade, ele pode estar com até 4%. Isso representa, no colégio eleitoral rio-pretense, nada menos que 11 mil votos, o que é um carro de votos. Mas, por outro lado, ele pode estar com 3% negativos e ai estaria simplesmente devendo por volta de 8,5 mil votos. Como é que um candidato pode ter intenção negativa de voto? Parodiando o grande poeta Vinicius de Moraes, eu digo “é, pesquisas são muito estranhas, muito estranhas”.
E tem muita gente que acredita em pesquisa. Você acredita?
Eu acredito até em gnomos e sacis. Aliás, eu tenho um amigo, o artista plástico Jocelino Soares, que cria sacis.
Saúde... de quem??? Pra quem???
Há 16 anos